terça-feira, 25 de junho de 2019

Soure projecta alargar ponte sobre rios Anços e Arunca




Se a “discussão pública” não inviabilizar a obra, Soure prepara-se para alargar a velha ponte sobre os rios Anços e Arunca, permitindo a circulação rodoviária em ambos os sentidos, ciclovia e travessia para peões. O projecto, assume o presidente da Câmara, é arrojado, pode não ser consensual e promete alterar de forma significativa a mobilidade urbana. 

 “O projecto já foi aprovado em reunião do executivo e vamos agora colocá-lo em discussão pública nas diversas instâncias, como forças partidárias, Associação de Defesa do Património e noutras associações cívicas de Soure”, adianta Mário Jorge Nunes. 

 A intervenção “acrescentará” à ponte cerca de dois metros, no lado norte, possibilitando a circulação automóvel nos dois sentidos, algo que agora não é possível. Segundo o projecto, a via de entrada na vila será partilhada por automobilistas e ciclistas, enquanto no sentido inverso, além dos automóveis haverá espaço para a circulação pedonal, pessoas com mobilidade reduzida e ciclovia. 

 “É um projecto ´provocador´ que visa alterar a concepção de utilização do espaço público na parte mais urbana da vila, desde o tribunal até àquela ponte e desde a câmara municipal ao castelo”, refere o autarca ao TERRAS DE SICÓ, realçando a necessidade futura de privilegiar a “mobilidade suave, o pedonalismo e acesso para os cidadãos que têm dificuldades de mobilidade, em detrimento do uso do automóvel e do seu estacionamento abusivo”. 

 A obra está orçada em 500.000 euros e tem já candidatura submetida a fundos comunitários do programa Centro 2020, no âmbito do PAMUS – Plano de Acção para a Mobilidade Urbana Suave. 

 Porque é um projecto que “introduz um novo conceito de utilização da mobilidade na vila, altera ritmos, paisagens e um dos símbolos de Soure”, Mário Jorge Nunes admite que este “possa não ser consensual e causar alguma divisão”, contudo, avançará se da discussão pública “obtiver uma clara maioria de consentimento dos representantes do concelho”. Se, por outro lado, surgir “um conjunto fundamentado de opiniões contra, que seja esse o claro sentimento da população, não faz sentido o projecto avançar”, afirma o edil. 

 Mário Jorge Nunes salienta que estão realizados os estudos geotécnicos à ponte e concluídos os projectos de arquitectura e especialidades. A avançar, a obra terá início em 2020, com um prazo de execução até final do ano seguinte. 

 Centro de Inovação Social complementa INES 

 No âmbito do PARU – Plano de Acção de Regeneração Urbana, a obra de reabilitação do mercado municipal sourense vai a ter início nos próximos dias, num investimento de um milhão de euros e conclusão prevista para o segundo semestre do próximo ano, enquanto em curso está a intervenção urbanística na Rua Alexandre Herculano, a concluir até Agosto próximo, a tempo das festas de S. Mateus no mês seguinte.

 Também um “projecto PARU”, o antigo posto da GNR irá ser requalificado e transformado num Centro de Inovação Social, “para servir de complemento à incubadora INES, albergando iniciativas, instituições e empresas viradas para a inovação social, um espaço para o 4.º sector se desenvolver”, explica o autarca Mário Jorge Nunes. 

 A edilidade aguarda a aprovação da candidatura a fundos comunitários para lançar o concurso público de execução, o que deverá acontecer nos próximos meses.

 Jornal Terras de Sicó