Entrevista a... Director Gil Alves

1 - Quando saiu a primeira edição do jornal “Preto no Branco”?
Saímos a 8 de Janeiro de 2004.

2 - Que motivações estiveram na criação do jornal “Preto no Branco”?
Numa conversa de café. Eu e Carlos Santos (um dos fundadores), conversávamos sobre um tema que tinha saído, na altura, num jornal nacional, quando lhe digo que tinha estado a trabalhar no Diário as Beiras e ele me diz que fundou também um jornal numa aldeia do Norte, de onde é natural.
Um dado curioso, é que já nos conhecíamos há cerca de dois anos e nenhum de nós sabia o passado “jornalístico”, digamos, um do outro. Pegámos numa caneta, e nos Jornais “Cavaleiro da Imaculada” e “O Amigo do Povo” (ambos com 4 páginas, o que deu 8) e resolvemos fundar um jornal. Contactámos a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (antigo Instituto da Comunicação Social), que nos deu “Via Verde” e cá estamos nós volvidos quatro anos e meio…


3 - Qual a tiragem? Foi sempre assim?
No início, 500, formato A 4, 8 páginas, actualmente estamos com uma tiragem de 750, formato A3 e com 24 páginas.


4 - Quantas pessoas são necessárias para a edição do jornal?
No nosso caso, de momento, são 12 as pessoas que “trabalham” com o jornal. Digo “trabalham”, entre aspas, porque não se trata de nenhuma empresa. Como é do conhecimento de todos, o jornal pertence a uma Associação. Nenhum de nós é profissional, cada um dá o seu contributo, apenas somos profissionais na forma como abordamos certos e determinados temas…


5 - Como surgiu a comunicação social na sua vida?
Surgiu, como referi anteriormente, no jornal Diário as Beiras.


6 - Como e onde foi a sua estreia como profissional?
Penso que já respondi pelo menos 3 vezes a essa questão…


7 - Na sua opinião, qual é o papel da imprensa regional?
Um papel muitíssimo importante!


8 - O concelho de Soure é rico em notícias?
É uma pergunta complicada. Mas comparando com os concelhos vizinhos, Montemor e Condeixa, penso que sim. Digo isto porque não é qualquer concelho que tem sedeados no mesmo, dois jornais. E não só! Por exemplo, Soure tem, actualmente, uma rádio, dois jornais, e vários profissionais, naturais do concelho, que trabalham ou colaboram em importantes órgãos de comunicação social nacionais ( SIC, TVI, TSF, Diário as Beiras, Diário de Coimbra, entre outros). Digamos que somos uma terra de jornalistas!


9 - Está satisfeito com o jornalismo praticado em Soure? Porquê?
Estou. Sou da opinião que o jornalismo não é só notícia, e tanto o Preto no Branco como a Rádio Popular de Soure ou o Jornal “O Popular de Soure” muito têm contribuído para o desenvolvimento deste concelho. Afinal, se estes órgãos de comunicação não existissem, muitas pessoas nem sabiam da existência de certos empresários ou empresas.


10 - Quais são os principais desafios que se colocam actualmente ao jornalismo da região?
“Oferecer” um estágio a alguns jornais nacionais (por vezes vale tudo para vender, e não pode ser assim).


11 - A proximidade com o Poder Público local ajuda ou atrapalha? Como é o relacionamento do seu jornal com a Câmara ou câmaras da sua região?
Uma relação normal… e cordial, com todas elas!


12 - Considera que a profissão de jornalista é incómoda, principalmente para os políticos?
Em altura de eleições, é muito complicado agradar a todos. Na política como no futebol, uns são do Porto, outros do Benfica, outros do Sporting… acho que respondi à sua pergunta, há que tentar ser isento. O Preto no Branco deve ter assinantes do PSD, do PS, da CDU, do CDS… sinceramente, não sei, e nunca quisemos saber a cor partidária ou clubista de cada um. Procuramos, agradar a todos, e isto só se consegue com uma palavra: isenção!

13 - Ainda dentro dessa questão, como analisa a relação de outros actores do cenário da informação, como sindicatos ou associações - como os clubes de futebol - como geradores de informação para o jornal?
Esta pergunta está um pouco confusa, mas vou tentar ser directo: basta ir ao site de cada uma dessas entidades…


14 - Que jornal compra aos domingos?
Nenhum. Só existem 5 jornais que gosto de ler e todos eles os recebo pelo correio. “O Popular de Soure”, Diário de Coimbra, “O Amigo do Povo” e Rio Maior Notícias e… o Preto no Branco (neste caso só para ver as gaffes e erros ortográficos LOL).


15 - Como está hoje o jornalismo em Portugal?
Há um jornal nacional, que não digo o nome, que parece que manda neste país…


16 - A profissão de jornalista é respeitada?
É, e muito, basta ver a resposta à pergunta anterior…

17 - O jornalismo de papel desaparecerá?
Jamais. O jornalismo de papel é o que tem mais “força”. Nas TV’s e Rádios, a informação e a publicidade “esquece-se”. A escrita fica. Porquê? Imagine que vai a conduzir e está a ouvir um anúncio publicitário de uma empresa. E até lhe interessa os serviços dessa mesma empresa. Consegue apontar o número da empresa? Num jornal é diferente, está escrito…


18 - Qual a melhor manchete que já leu?
Não li, fui eu que a elaborei. Basta ir à Biblioteca Municipal e ler a edição nº 11 do Preto no Branco (Dezembro de 2005).


19 - Qual seria a manchete que gostaria de ver um dia nos jornais?
Várias: “Descoberta cura do cancro”; “Descoberta cura para a Sida”; “Deus existe mesmo”.


20 - Que novidades para o futuro do jornal?
Que os “Sportinguistas, Benfiquistas, e Portistas” não nos chateiem muito, nesta altura de campanha eleitoral, já que somos por todos…

21 - Para terminar, qual é a sua opinião sobre o blogue "Soure, o melhor e o pior..."?
Não é por acaso que o Preto no Branco trabalha com o blog de sua excelência…