quinta-feira, 18 de setembro de 2008

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Atentado ambiental
no Rio Arunca
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Aterros e escavações destroem vegetação ribeirinha em Vila Nova de Anços

A Quercus teve recentemente conhecimento da destruição de centenas de árvores e arbustos que compunham, ao longo de 3 quilómetros, a galeria ribeirinha da margem direita do Rio Arunca, um afluente do rio Mondego junto a Vila Nova de Anços, concelho de Soure.


Na visita que efectuámos ao local verificámos o corte total da vegetação, composta principalmente por freixos e salgueiros, com recurso a forte mobilização de terras em áreas do domínio hídrico que estão protegidas por lei. A Quercus informou já a recém-criada Administração da Região Hidrográfica do Centro sobre esta situação, a qual ficou de enviar uma equipa ao local para verificar se se trata de um projecto sem autorização ou se é um projecto autorizado mas que, claramente, não cumpriu os requisitos previstos na lei. De acordo com a legislação em vigor quaisquer acções no domínio hídrico que impliquem aterros, escavações e cortes de árvores devem garantir que não contribuem para aumentar a erosão e o risco de cheias e que não implicam a destruição da flora, da fauna, e dos ecossistemas locais, situação que, neste caso, está longe de se verificar.



Quercus exige a reposição da situação anterior

A Quercus já solicitou a verificação da legalidade da intervenção efectuada no Rio Arunca e, independentemente do apuramento das responsabilidades dos autores deste atentado ambiental, exige a reposição da situação anterior. Estamos a falar especificamente da elaboração e execução de um projecto de engenharia biofísica que promova a reposição das condições ecológicas anteriores, utilizando para o efeito árvores e arbustos autóctones. Sendo este um tipo de situação recorrente nas nossas bacias hidrográficas, a Quercus exige também às novas Administrações de Região Hidrográfica mais fiscalização e uma atenção especial no acompanhamento das intervenções a autorizar nestes espaços.

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A importância da vegetação ribeirinha

As margens dos rios que se encontram próximos do seu estado natural suportam uma grande diversidade biológica. A vegetação ribeirinha desempenha um papel importante na alimentação e refúgio para comunidades de invertebrados e de peixes. Possui também funções insubstituíveis como a prevenção da erosão e actua como filtro biológico dos poluentes através das raízes de árvores e arbustos. A perturbação destes ecossistemas, pela destruição da vegetação e regularização das margens, contribui para uma menor diversidade biológica (altera as cadeias tróficas aquáticas e diminui as populações de peixes autóctones) e ainda para a invasão de espécies alóctones infestantes e tolerantes à perturbação.

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Quercus pede aos cidadãos a denúncia de situações semelhantes

Situações de clara infracção da lei como a que verificámos são infelizmente a norma no nosso país. Têm sido constantes os atropelos à lei por parte de entidades e cidadãos, o que decorre também da forma simplista como a sociedade olha para os nossos rios e ribeiras. Existe uma visão dos cursos de água, quando não estão em causa barragens, que os mesmos são apenas valas de água sem qualquer utilidade. A Quercus apela assim aos cidadãos que denunciem atentados como este por forma a criar uma consciência colectiva, lembrando que os nossos cursos de água são do mais do que água, são corredores de vida.

Lisboa, 22 de Agosto de 2008

A Direcção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

9 comentários:


  1. Mais Notícias:

    A associação ambientalista Quercus denunciou o abate de «centenas de árvores e arbustos» ao longo de três quilómetros numa das margens do rio Arunca, afluente do rio Mondego, no concelho de Soure, informa a agência Lusa.

    Esta situação terá sido verificada durante uma visita de técnicos da associação ambientalista ao local que se terão deparado com um «corte total da vegetação, composta principalmente por freixos e salgueiros com recurso a forte mobilização de terras em áreas do domínio hídrico que estão protegidas por lei».
    «A zona foi destruída porque, infelizmente, no nosso país fala-se da vegetação como se fosse lixo», explicou à Agência Lusa o presidente da Quercus, Hélder Spínola, que informou a Administração de Região Hidrográfica do Centro e solicitou a verificação da legalidade desta intervenção, exigindo ainda «a reposição da situação anterior».

    «De acordo com a legislação em vigor quaisquer acções no domínio hídrico que impliquem aterros, escavações e cortes de árvores devem garantir que não contribuem para aumentar a erosão e o risco de cheias e que não implicam a destruição da flora, da fauna, e dos ecossistemas locais, situação que, neste caso, está longe de se verificar», sustenta a associação.
    A Quercus recorda ainda que a vegetação ribeirinha suporta uma grande diversidade biológica, desempenhando um papel muito importante na alimentação e refúgio para várias espécies animais, assim como «funções insubstituíveis como a prevenção da erosão e actua como filtro biológico dos poluentes através das raízes de árvores e arbustos». Por isso, a associação reclama «mais fiscalização e uma atenção especial no acompanhamento das intervenções» nestes espaços às novas Administrações de Região Hidrográfica, apelando aos cidadãos para que denunciem situações semelhantes.

    In IOL Diário Digital

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  2. soure no seu melhor! viva jg

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  3. Vai fazer correr muita tinta esta notícia, se vai… A RTP já noticiou…

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  4. Como é possível acontecer isto !

    Espero mesmo que as pessoas e empresas responsáveis por este atentado sejam responsabilizadas por tais actos e que se justifiquem muito bem os seus actos.

    Em Portugal é mesmo assim, o que está bem é destruir o que é de todos...a natureza!

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  5. soure faz de tudo para aparecer na tv, até porcaria!
    só assim é noticia de jornais e tv!
    continuem abéculas!

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  6. Nos finais dos anos 90, principios do novo milénio, os senhores do governo (ministério do ambiente) gastaram 700.000 contos no Arunca e nada fizeram... Fartaram-se de cortar árvores, principalmente plátanos, para alargar o leito do rio e acabaram por não repor qualquer árvore, o rio tinha sombra e era mais alegre.
    Agora os senhores que têm a concessão do rio para a prática da pesca desportiva, cortaram o resto das árvores, mal feito uma vez que se tratava das ávores proíbidas de cortar. Eles devem ser punidos por tal acto mas os meninos do ministério do ambiente também deviam ser punído pelo que foi mal feito e pelo que não foi feito com os tais milhares de contos.
    Com tudo isto, ficamos TODOS NóS a perder!!! :(

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  7. Sou sourense mas acho que o que fizeram em Vila Nova de Anços é um desrespeito, acima de tudo, pela sua população!!!

    Voltem a colocar o que retiraram à natureza.

    E onde anda a associação de defesa dos rios sourenses? Não aparecem?

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  8. Há certas e determinadas notícias publicadas nos jornais e TV´s deste país que carecem de explicação. Quando as coisas dão para o torto, parece que o nosso concelho tem as costas largas… quem “comparece” sempre é a TV estatal, sustentada por todos nós, para “denunciar” o que quer que seja, sem, pelo menos, ouvir a “outra” parte…

    Neste concelho, que me lembre, a Quercus, nunca mexeu um dedo para denunciar as descargas que foram feitas para o rio Arunca nos últimos anos.. E foram muitas, basta ir á Biblioteca Municipal, e consultar os arquivos (O Popular de Soure)… e qual a proveniência das mesmas??? Pombal, claro…

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