quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Mata mulher por suspeita de traição


António José Teixeira decidiu também matar duas filhas para não sofrerem pela perda da mãe.

Decidiu matar as duas filhas para as poupar ao sofrimento de ficarem sem a mãe, que primeiro assassinou à facada por ciúmes doentios – estava convencido de que Fernanda Ferreira o andava a trair. Foi esta a razão que António José Teixeira, 49 anos, invocou às autoridades para justificar os crimes que cometeu, anteontem de madrugada, na sua casa, em Soure.

Contou que na noite de domingo foi dominado pela vontade de matar a mulher, de 47 anos. Há largos meses que a tensão crescera entre ambos, devido aos ciúmes e à pouca autoestima que sentia pelo longo período em que esteve desempregado. Foi buscar uma faca de cozinha com a qual desferiu vários golpes na mulher. A faca partiu-se e recorreu a outras: terá usado entre três e quatro facas, também para matar as duas filhas.

Pensou que matara as duas, mas Joana, de 13 anos, sobreviveu. Inês, de 16, perdeu a vida. Ontem, presente ao juiz, em Coimbra, o engenheiro recolheu em prisão preventiva.

Diz que depois de matar a família teve intenção de se suicidar mas não conseguiu.

Funerais na terra dos pais de Fernanda
Estão agendados para esta tarde os funerais de Fernanda Ferreira e da filha mais velha, Inês Vilaranda, de 16 anos. Serão realizados na localidade de Gesteira, onde residem os pais de Fernanda. As cerimónias estão marcadas para as 15h00, na igreja local, seguindo depois para o cemitério da localidade.

Espera-se que os corpos de mãe e filha cheguem, ainda durante a manhã, à Igreja da Gesteira. Ao cortejo fúnebre deverão juntar-se alunos, professores e funcionários do Instituto Pedro Hispano, a escola que as duas irmãs frequentavam. Fonte da direção contou ao CM que será realizada uma última homenagem, sobretudo pelos colegas de turma, à jovem de 16 anos, que frequentava o 11º ano. A irmã recupera no hospital.

Vizinhança em choque com o crime de homem "pacato"
Desolação e incredulidade. Um dia depois do crime, a vizinhança da urbanização Encosta do Sol, no centro da vila de Soure, ainda não conseguia perceber o ato de António José Teixeira, um homem que todos sempre consideraram "pacato". Ontem, o caso continuava a dominar as conversas. Era evidente o choque pelo desfecho trágico, no seio de uma família que a todos parecia ser "unida".

Também no local de trabalho de Fernanda Ferreira o ambiente era de consternação. Anteontem, a empresa de informática de Coimbra esteve encerrada, em homenagem à funcionária. Os ciúmes doentios de António já tinham chamado a atenção de alguns colegas de Fernanda.

In Correio da Manhã
by Paula Gonçalves

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